sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Paralisia facial após técnica anéstesica mandibular

A paralisia do nervo facial tem múltiplas etiologias, como viroses, traumatismo facial, codutas iatrogênicas, tumores, origem idiopática, infarto cerebral e paralisia pseudobulbar, sendo, portanto, um achado bastante raro durante o tratamento dentário. Nessas situações, a paralisia pode estar associada à realização errônea da técnica anestésica, a procedimentos cirúrgicos prolongados de extração dentária, ou ainda, a infecções de origem dental. Neste caso, é demonstrado um caso de paralisia hemi-facial completa, ocorrida durante anestesia dos nervos lingual, alveolar inferior e bucal em uma paciente de 63 anos. A recuperação completa dos movimentos faciais foi observada após algumas horas, com a paciente sendo liberada, e o procedimento cirúrgico realizado duas semanas mais tarde.




Este caso nos mostra mais uma vez a importância de termos o conhecimendo adequado da anatomia na região orofacial como também o uso adequado das técnicas anestésicas utilizadas para realização de procedimentos cirúrgicos na cavidade bucal de modo que o profissional possa identificar possíveis problemas e que o mesmo seja capaz de explicar ao paciente o tratamento e as suas consequências.

Fonte:Rev. cir. traumatol. buco-maxilo-fac. vol.10 no.2 Camaragibe abr./jun. 2010

Manejo das fraturas nasais com manutenção das vias aéreas superiores

As fraturas nasais (FN) são as mais frequentes da face, sendo o terceiro osso o mais comumente fraturado no esqueleto humano. Tal fato ocorre devido à sua posição proeminente na face e ser formado por ossos de reduzida espessura. Nesse sentido, pequenas forças são suficientes para fraturar o osso nasal, enquanto forças maiores podem causar fraturas cominutivas. Geralmente, agressões, quedas e acidentes esportivos são os fatores etiológicos mais implicados no trauma nasal. O diagnóstico das FN é fundamentalmente clínico, e seu tratamento, geralmente realizado através da redução fechada. De uma forma geral, são bons resultados. Assim, o objetivo do artigo é o de relatar uma modificação na técnica de redução fechada para tratamento de tais fraturas.


Fonte: Rev. cir. traumatol. buco-maxilo-fac. vol.10 no.2 Camaragibe abr./jun. 2010


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Tratamento cirúrgico das fraturas condilares: avaliação da abordagem retromandibular de hinds

A região condilar é acometida em 35% de traumatismos mandibulares, sendo na maioria das vezes resultantes de impactos (acidentes automobilísticos, de bicicleta e atropelamentos) sobre a região de sínfise e parassínfise mandibular1. O diagnóstico muitas vezes passa despercebido principalmente quando o paciente é atendido por profissionais não especializados.
O côndilo mandibular é protegido pelo processo zigomático do osso temporal, pelos músculos e ligamentos sobre a articulação. Por esta razão, o colo do côndilo é a parte mais delgada da mandíbula e está sujeito a fraturas causadas por ação de força indireta, tanto por impactos anteriores quanto laterais. Um trauma violento sobre a região sinfisária pode resultar em fratura da sínfise por força direta e fratura bilateral subcondiliana por força indireta. Se o trauma for dirigido a um lado mandibular, poderá causar fratura no local do impacto e fratura de colo de côndilo no lado oposto.
Os traumatismos condilianos podem ser classificados baseando-se no traço de fratura, localizado na região condilar alta, média ou baixa, relacionados respectivamente, com o nível de inserção do músculo pterigóideo lateral, seja acima ou abaixo do mesmo e com a base do crânio, podendo ser unilaterais ou bilaterais2.


Clinicamente, um paciente portador de fratura condilar, pode apresentar3-5 (1) evidência de trauma facial, principalmente na área de mandíbula e especialmente na sínfise, (2) edema e dor localizada na região de articulação temporomandibular (ATM), (3) limitação da abertura bucal, (4) desvio, ao abrir a boca em direção ao lado fraturado, (5) mordida aberta posterior, no lado contralateral, (6) mudança da oclusão no lado fraturado, com possível mordida cruzada, (7) presença de sangue no canal auditivo, (8) dor à palpação no lado fraturado, (9) ausência de movimento condilar à palpação, tanto transmeato quanto lateralmente sobre o côndilo, (10) em protrusão, desvio mandibular em direção ao lado fraturado, (11) inabilidade do paciente de excursionar a mandíbula no lado fraturado, (12) dificuldade de excursões e de protrusão da mandíbula e (13) ocorrência de mordida aberta, geralmente, em fraturas subcondilares bilaterais.
Fraturas condilares altas, apresentando grandes deslocamentos, são reduzidas cirurgicamente através de abordagens pré-auriculares6. Esta é indicada por apresentar proximidade ao fragmento fraturado e muito questionada quanto à possibilidade de seccionar ou traumatizar mecanicamente o nervo facial, podendo ocasionar inúmeras seqüelas7,,8.
Fraturas medianas e baixas na região condilar podem ser reduzidas através de abordagem submandibular e retromandibular de Hinds6. Esta última por ser paralela ao ramo mandibular, proporciona boa visão da fratura e pouca morbidade em relação ao nervo facial e aos vasos sanguíneos. Várias maneiras de fixação e redução são descritas pelos autores4,6,9-12, como aplicação de uma ou duas miniplacas de titânio, parafusos tipo Lag Screw, fios de Kischner e placas compressivas

Fonte: Rev. Col. Bras. Cir. vol.34 no.5 Rio de Janeiro Set./Out. 2007

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Expansão maxilar

A expansão maxilar cirurgicamente assistida pode ser realizada sob anestesia local com sedação, sendo , de acordo com a literatura, um procedimento invasivo e que ocasiona traumas para o paciente, de modo que o Prof.Joaquim de Almeida Dutra sempre indica que seja realizada sob anestesia geral. As osteotomias são até aceitáveis, porém, o grande porblema é o uso de cinzéis e martelo que são utilizados na linha média no processo pterigódeo do osso esfenóideo. O Prof. Joaquim relatou ainda, que conversando com uma paciente que foi submetida a este tipo de procedimento, a mesma disse que seu desconforto maisr veio por causa do uso do cinzel e do martelo e que sempre lembra das marteladas.

Mordida cruzada posterior bilateral e atresia maxilar impossibilitando adequado posicionamento dos caninos superiores no arco dentário.

Osteotomia tipo Le Fort I em lado esquerdo realizada com serra reciprocante.


 Osteotomia tipo Le Fort I em lado direito realizada com serra reciprocante.

Motor elétrico (seta vermelha) e cilindro de nitrogênio (seta verde).

 Serra reciprocante utilizada na osteotomia Le Fort I movida pelo nitrogênio.

Osteotomia Le Fort I.


 O distrator de Hyrax foi acionado (seta verde)  e diastema conseguido (seta vermelha), no final da cirurgia o aparelho é desativado, restando apenas 04 voltas (1 mm).

 Interferência em pilar zigomático após ativação do Hyrax que foi removida com broca 702.

 Após o período de latência (01 semana), o paciente foi orientado a ativar 01 volta pela manhã e 01 pela noite.

Fonte: http://www.bucomaxilofacialdabahia.blogspot.com/   - Prof. Joaquim Dutra


Este caso clínico foi cedido pelo Professor Joaquim, parceiro incontestável na manutenção deste blog, bem como apreciação e discurssões de casos de nosso interesse em ampla área de atuação.

Levantamento do seio maxilar

Este vídeo mostra uma cirurgia de levantamento bilateral de seio maxilar, realizada pela Professor Alcides Lacerda, onde, podemos perceber o uso da broca esférica diamentada durante a ostectomia da janela óssea, de modo que essas brocas evitam  perfurações na mucosa do seio maxilar. Nesta cirurgia especificamente, é possível observar que não houve perfuração pois quando o paciente respira, a mucosa local, movimenta-se no mesmo ritmo.
 VALE A PENA CONFERIR...  :)

Uso de malha de titânio no tratamento de fraturas de assoalho de órbita: relato de caso

Relato de caso:

* Paciente J.B. , 33 anos
* Sexo feminino
* Apresentou-se no Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Hospital Vicentino de Ponta Grossa-PR
* Causa: Politraumatismo em face e membros superiores e inferiores há 3 anos, devido a acidente automobilístico.
*Tratamento: A cirurgia inicial foi realizada na cidade onde sofreu o acidente.
* Obs.: A paciente queixava-se de visão dupla (diplopia) e amortecimento na região zigomática esquerda. Ao exame clínico, verificou-se enoftalmia, perda da mobilidade do globo ocular e defeito estético importante devido à perda de substância do corpo do osso zigomático.


Com a solicitação de exames radiográficos, foi comprovada a fratura do assolho orbitário do lado esquerdo, de modo que optou-se pela reconstrução do assoalho orbitário com tela de titânio, o acesso cirúrgico foi feito infraorbitalmente para obtenção de um maior campo de trabalho.



A tela de titânio foi fixada ao rebordo infra-orbitário com parafusos de 2.0mm de diâmetro. Os planos profundos foram suturados com foi reabsorvível (poliglactina 910 4-0) e na derme se utilizou sutura intradérmica com fio não reabsorvível (nylon 5-0) . Feito um acompanhamento após um ano de pós-operatório e a paciente não apresentou qualquer sinal ou sintoma de fratura orbitária.



 Fonte: Rev.Odonto - São Paulo/2010 -  Innovations Implant Journal


De acordo com o caso apresentado, mostra a efetividade do uso da placa de titânio no tratamento de fraturas blow out, como vantagens temos: disponibilidade imediata, dispensa um segundo sítio cirúrgico, facilmente modelável, podendo ser adaptada e fixada em tempo reduzido, e ainda, rigidez adequada.